A eficácia de vacinas contra a Covid-19 e a transição do governo Donald Trump para Joe Biden nos Estados Unidos levaram o mercado de ações globais a mais uma semana de fortes altas e recordes. Em Wall Street, os três principais índices acionários chegaram a suas pontuações máximas e podem ter o melhor novembro, que se encerra na próxima segunda (30), da história.Na esteira do otimismo externo, a Bolsa brasileira subiu 4,27% na semana e acumula uma alta de 17,7% em novembro, a maior valorização mensal desde outubro de 2002. Nesta sexta-feira (27), o Ibovespa subiu 0,31%, a 110.575 pontos. No ano, porém, ainda há desvalorização de 4,4%.Após o Dow Jones bater recorde na terça (24), nesta sexta foi a vez da Nasdaq, que subiu 0,92%, a 12.205,8 pontos, e do S&P 500, com alta de 0,24%, a 3.638 pontos. Na sessão, Dow Jones teve elevação de 0,13%"É um bom presságio para o próximo mês", disse Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities, em Nova York. "Veremos um rali de Natal? Provavelmente. Será tão robusto quanto novembro? É um grande ponto de interrogação."Nesta sexta, varejistas abriram suas portas para os compradores da Black Friday, com práticas de distanciamento social e outras medidas postas em prática para mitigar os riscos de infecção, e ofereceram descontos elevados."A Black Friday perdeu um pouco do brilho, o tráfego diminuiu devido à pandemia, mas a boa notícia é que as vendas de comércio eletrônico atingiram um novo recorde. Isso é encorajador", disse Cardillo.No mais recente progresso no caminho ao desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, o Reino Unido deu sinal verde à farmacêutica AstraZeneca depois que os especialistas levantaram questões sobre os dados do teste da vacina.A corrida pelo imunizante tem prevalecido aos olhos do investidor, mesmo com as hospitalizações por coronavírus nos EUA batendo um recorde de mais de 89 mil.Além disso, o começo da transição de governo americano trouxe alívio ao mercado, que vê como positiva a chance de que a ex-presidente do Fed (banco central dos EUA), Janet Yellen, comande o Tesouro americano."Trump começa a admitir a vitória de Biden, e o próprio Biden que trazia um certo receio inicialmente já adotou um discurso bem conservador essa semana, o que fez os índices de volatilidade voltarem para os patamares pré-pandemia em níveis bem estáveis", afirmou Abner Gonçalves, sócio na BlueTrade.A onda otimista levou o Ibovespa à sua quarta semana consecutiva de valorização, caminhando para o melhor desempenho para um mês de novembro desde 1999.Segundo Yuri Cavalcante, sócio na Aplix Investimentos, o investidor global ficou com mais apetite a risco e a depreciação do real neste ano é um componente adicional, uma vez que deixou as ações brasileiras duplamente descontadas quando se olha os preços em dólar. "Isso ofuscou as notícias internas e preocupações com o fiscal."A Bolsa brasileira foi beneficiada pela entrada de estrangeiros no mercado secundário de ações, em linha com outros emergentes, com dados da B3 mostrando saldo líquido de cerca de R$ 30 bilhões em novembro até o dia 25, o que ajudou a reduzir o déficit para R$ 53 bilhões no ano.Além disso, a temporada de resultados das empresas brasileiras do terceiro trimestre mostrou dados melhores do que o esperado por muitos analistas, endossando avaliações de que o pior dos efeitos da pandemia de Covid-19 nas companhias do país ficou para trás.Com a entrada de investidores estrangeiros no país, o dólar caiu 1,13% na semana e acumula queda de 7,2% no mês. Nesta sexta, recuou 0,18%, a R$ 5,3270. O turismo está a R$ 5,477.