A composição do pacote de contenção de gastos apresentado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) frustrou expectativas ao demonstrar, na visão do mercado financeiro, a baixa disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em patrocinar um esforço maior de ajuste ainda em seu mandato. Da economia de R$ 327 bilhões prometida pelo governo, R$ 72 bilhões viriam entre 2025 e 2026, enquanto os outros R$ 255 bilhões seriam poupados entre 2027 e 2030. Além disso, os números da equipe econômica estão sob o escrutínio dos especialistas, que ainda não se convenceram de que esses valores serão alcançados. Economistas afirmam que, em um processo de ajuste fiscal, é natural que medidas tenham efeitos cumulativos, ou seja, mais expressivos ao longo do tempo. Isso porque a capacidade de correção da trajetória de uma despesa no curto prazo é baixa.