Os financiamentos imobiliários com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) mais do que dobraram no primeiro semestre deste ano. Na comparação com o período de janeiro a junho de 2020, os R$ 97,05 bilhões concedidos em 2021 representam alta de 123,9%.Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22) pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).O volume de recursos emprestados em junho, de R$ 19,66 bilhões, é um novo recorde nominal mensal registrado na série histórica iniciada em 1994. Em relação ao que foi financiado em junho do ano passado, a alta é de 112,1%.O valor responde por um aumento de 47,4% em relação ao registrado em fevereiro e uma alta de 172,7% comparado a igual mês do ano passado.Segundo Cristiane Portella, presidente da associação, a expectativa é que as concessões com recursos do SBPE somem R$ 195 bilhões até o final deste ano --um aumento de 57% em relação ao observado em 2020."Acreditamos que essa previsão tem a ver com os níveis de geração de emprego formal e com a melhora da conjuntura", afirmou a executiva.No total, os financiamentos imobiliários devem somar R$ 251 bilhões até o final deste ano --valor 42% maior do que o registrado em 2020.Esse dinheiro financiou 417,95 mil unidades --mais do que o dobro (160%) do registrado no primeiro semestre de 2020. Só em junho, foram financiados 86,2 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção, resultado 17,8% superior ao de maio.Quando consideradas apenas as concessões para aquisição, a Abecip registrou um aumento de 133% no volume de recursos liberados nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foram R$ 79,7 bilhões voltados para a modalidade -e 82% do total concedido.Os financiamentos voltados para a construção de imóveis somaram R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre, um aumento de 89%.A inadimplência somou 1,8% ao final de junho deste ano, considerando hipotecas e alienação fiduciária. Em 2020, esse percentual era de 1,6%."Temos uma sujeirinha neste número porque tivemos algumas renegociações ao longo do primeiro semestre que foram super importantes de acontecer, mas é um número que nós acompanhamos até o momento e que não se configura como um fator de preocupação", afirmou Portella.Segundo a Abecip, 47% da estrutura de funding do setor imobiliário corresponde a financiamentos com recursos do SBPE.Em seguida etão os créditos concedidos com dinheiro do FGTS (27%), fundos imobiliários (11%), recursos advindos das LCIs (letras de crédito imobiliário, com 7% dos casos) e CRIs (certificados de recebíveis imobiliários, com 6%). As LIGs (letras imobiliárias garantidas) correspondem a apenas 2% de todo o funding do setor.