Levantamento divulgado nesta quarta-feira, 22 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que investiga os principais produtos agrícolas em todos os municípios do país desde 1974, traz a participação das Unidades da Federação de acordo com o valor agrícola no ano de 2020. O Tocantins é o 11º colocado, registrando 1,3% em 2019 e 1,8 % no ano subsequente, subindo duas posições no ranking e à frente dos demais estados da Região Norte. Os dados correspondem a Produção Agrícola Municipal (PAM).O Tocantins apresentou em 2020 em relação aos produtos das lavouras temporárias, uma área plantada de 1.547.368 hectares e 1.547.057 hectares de área colhida. Em relação ao valor da produção, o Estado totaliza R$ 8.168.213.000. A agricultura tocantinense teve aumento de safra e o valor da produção cresceu 73%. Apesar da insegurança causada pela pandemia, o saldo é positivo. Roniglese Tito, Supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Tocantins, explica que a respeito do valor da produção, a alta do dólar impulsionou ou atraiu os produtores locais a revender no mercado externo e esse é um fator preponderante. "Tanto a área plantada quanto a produção em si não teve alterações significativas que alterassem aquilo que é a série histórica, então crescer 5%, 7%, 8 % ou 10 %, não é uma alteração significativa para os parâmetros do Estado do Tocantins. Por outro lado, você tem um valor da produção, ou seja, aquilo que se produziu, o que se tornou efetivamente em dinheiro, vamos assim dizer, que aumentou de forma significativa em função da demanda no mercado externo do valor comercial que o produto passou a ter nesse mercado do exterior, sobretudo com a valorização do dólar" , enfatizou o especialista que acrescentou ainda que há duas implicações muito importantes. Segundo ele, é interessante para o Estado porque isso influência significativamente na balança comercial e no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, pois passa a entrar muito dinheiro, mas por outro lado isso encarece a mercadoria no cenário local e no mercado interno.A região ocidental do Estado apresentou uma área plantada de 857.484 hectares e 857.203 hectares de área colhida, totalizando R$ 5.273.513.000 em termos de valor de produção. Já no bico do Papagaio, identificou-se 24.049 hectares de área plantada e colhida, sendo R$ 166.914.000 em valor de produção.Palmas apresentou uma área plantada e colhida de 20.844 hectares, totalizando R$ 150.944.000 em valor de produção. Em relação aos produtos das lavouras temporárias, Lagoa da Confusão é o município do Tocantins com um maior valor de produção agrícola, totalizando R$ 1,09 bilhões). Caseara (R$ 563 milhões), Campos Lindos (R$ 425 milhões), Pedro Afonso (R$359 milhões), Pium (R$ 327 milhões), Peixe (R$ 277 milhões) e Araguacema (R$216 milhões), vem logo em seguida. Esses valores consideram a área plantada e colhida, quantidade produzida, rendimento médio e o consequente valor da produção das lavouras temporárias.Produtos das lavouras temporáriasO levantamento destaca alguns produtos específicos das lavouras temporárias. É o caso do abacaxi, que no Estado registrou uma área plantada de 4.727 hectares de área plantada e colhida, totalizando 98.523 toneladas da fruta. O rendimento médio da produção foi de 20.843 quilogramas por hectare e um valor de produção de R$ 155.228.000. A fruta registrou alta na produtividade (15%) e no valor da produção (35,5%. O destaque foi para Miracema do Tocantins que ocupa a 5º posição no ranking.A pesquisa também destaca a melancia tocantinense que apresentou a redução de 1,7% na safra e aumento de 64,5% no valor da produção, passando de R$ 149 milhões para R$ 246 milhões. Lagoa da Confusão encabeçou o ranking dos municípios brasileiros com maior valor da produção dessa fruta. “A melancia e o abacaxi continuam com grande destaque, sobretudo no mercado interno. Por incrível que pareça, aqueles anos que são mais quentes e às vezes os regimes de chuva tendem a oscilar um pouco mais, eles acabam beneficiando a produção desse dois produtos que são muito consumidos não só no Tocantins, mas como pauta de exportação do nosso Estado”, explicou Roniglese Tito. Entre as culturas que mais contribuíram para o saldo positivo agrícola no Tocantins, destaque para soja. O valor de produção do grão passou de R$ 2,8 bilhões para R$ 4,6 bilhões, o que representa um salto de 66%. Já o aumento da área colhida foi de 6,33% e da safra de 14,8%. O milho em grão apresentou crescimento de 31,7% na safra, atingindo mais de 1,4 milhão de toneladas. Já o valor da produção cresceu 121%, passando de R$ 532 milhões para R$ 1,2 bilhão.Já o algodão herbáceo (em caroço) tocantinense ocupou uma área plantada e colhida de 5.725 hectares. O Estado totalizou uma quantidade produzida de 19.393 toneladas. O rendimento médio da produção foi de 3.387 quilogramas por hectares, totalizando um valor da produção de R$ 119.899.000.Enquanto isso, a cana-de-açúcar,entre as culturas pesquisadas, apresentou a maior quantidade produzida: 3 milhões de toneladas. Mas ainda assim a safra foi menor do que em 2019, com recuo de 1,9%. No valor da produção, o incremento foi de 28,5%. A mandioca foi o produto da lavoura temporária que registrou maior expansão no valor da produção, com salto de 243,6%. A quantidade produzida da raiz tuberosa, por sua vez, teve alta de 4,0%.A pesquisa também traz os dados relativos ao amendoim (em casca). O Tocantins apresentou em 2020 uma área plantada e colhida de 433 hectares, com uma produção de 1.504 toneladas. O rendimento médio desse produto no Estado foi de 3.473 kg/hectare. Em termos de valor de produção, totalizou R$2.698.000. O arroz em casca, após recuo em 2019, evidenciou crescimento de 85,1% no valor de produção, passando de R$ 591 milhões para R$ 1,1 milhão. A quantidade produzida teve um aumento de 8,3% em 2020 e a área plantada teve acréscimo de 4,5% (mais 5.548 hectares). O Estado é o terceiro maior produtor de arroz do Brasil, com maior representatividade em Lagoa da Confusão. Pium ficou em 13º no ranking nacional e Formoso do Araguaia, em 15º. A pesquisa também traz o ranking das culturas que mais geram valor à produção no Estado em 2020.A soja está em primeiro, integrando uma fatia de mais da metade do total do valor da produção do Estado (56,3%). O Supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Tocantins, explica que no que se refere aos produtos deve-se destacar a proeminência do milho que cada vez mais vem se destacando no Estado. O milho apresenta 14,2%, seguido do arroz em casca (13,2%) e a cana-de-açúcar (3,8%). Os 10 principais produtos juntos corresponderam a 99,2% (R$ 8,1 bilhões) do total gerado pela agricultura tocantinense, no ano passado. O milho superou o arroz assumindo a segunda posição. A mandioca passou a banana, o abacaxi e a melancia, chegando à quinta colocação. A melancia caiu para sexta posição e o abacaxi para sétima. O algodão herbáceo subiu para oitava colocação e o feijão para a nona. Já a banana (em cacho) recuou de sétimo para o décimo lugar no ranking.Sobre a pesquisaA PAM contempla os principais produtos da agricultura nacional, com detalhamento por cidade. A pesquisa é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor da produção das culturas temporárias e permanentes, com informações relevantes para os planejamentos público e privado desse segmento econômico.