Com oferta de R$ 320 milhões em outorgas, o consórcio Eco 153, formado pelo Grupo EcoRodovias com GLP, arrematou o trecho da BR-153 de Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO) durante o leilão tarde desta quinta-feira, 29, na B3, em São Paulo. A empresa passa a ter o direito de explorar a rodovia ao longo dos próximos 35 anos. O leilão foi realizado pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), através da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e é referente a licitação que inclui também outras duas rodovias em Goiás, a 080 e a 414. Conforme a Infraestrutura, a companhia vencedora ofereceu outorga de R$320 milhões pela concessão, que irá atrair R$ 14 bilhões em investimentos, sendo R$ 6,2 bilhões de custos operacionais.Ainda segundo o Ministério da Infraestrutura, o consórcio vencedor vai investir R$ 1.260 bilhão na rodovia nas próximas décadas.Do valor da outorga, 75% do total, que representa R$ 960 milhões, serão destinados para a conta vinculada que deverá ser usada em obras no Tocantins, conforme já previsto pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas após reunião com o governador do Tocantins, Mauro Carlesse, na terça-feira, 27. Já o valor final do pedágio, por quilômetro, ficou em R$ 0,10218, após desconto máximo na tarifa de 16,25%.Investimentos Esse trecho concedido compreende 850,7 quilômetros de extensão. Do valor que será investido pelo consórcio Eco 153, serão $ 7,8 bilhões em duplicações e melhorias na segurança viária e R$ 6,2 bilhões em contratação de serviços ao usuário. O projeto abrange ainda a implementação de faixas adicionais, vias marginais, dispositivos de interconexão em desnível, passarelas de pedestres, passagens inferiores, iluminação nas travessias urbanas e nas vias marginais. Também está previsto o atendimento 24 horas ao usuário que utilizar a via. A expectativa é que sejam gerados ao longo do contrato quase 120 mil novos postos de trabalho.O governador do Tocantins participou do momento e divulgou nas redes sociais do Governo Estadual. O Governador @MauroCarlesse está em São Paulo, nesta quinta-feira, 29, para acompanhar o leilão de concessão do sistema rodoviário da BR-153 /TO/GO e BR-080/414/GO (Anápolis/GO – Aliança do Tocantins/TO). ️ pic.twitter.com/tvBCrj2WN2— Governo do Tocantins (@governoTO) April 29, 2021Promessa de investimentoAinda na terça, o ministro defendeu o modelo de concessão adotado para a BR-153/414/080/TO/GO, durante a reunião com Carlesse. Esse momento ocorreu após o leilão ter sido alvo de várias ações nos últimos dias devido ao descontentamento. Na data, o ministro da Infraestrutura prometeu os 75% ao Tocantins para serem usados integralmente nas obras do trecho dentro do Estado. Acesse aqui todas as informações sobre o caso. Antes disso, o Estado havia solicitado a reunião com a Infraestrutura porque queria que o Tocantins recebesse o mesmo tratamento que o Goiás quanto às benfeitorias previstas na concessão. Na época, Carlesse ainda defendia que a construção da duplicação deveria ter início de maneira simultânea nos dois estados. “Entendemos que o processo de concessão da BR-153 é um ganho para o Tocantins devido às benfeitorias que virão, no entanto, queremos o mesmo tratamento de Goiás. Não pode haver tratamento diferente no que diz respeito à duplicação da rodovia. O edital prevê que Goiás receba a duplicação nos primeiros dez anos, e no Tocantins só depois de 20 anos. Sendo que, aqui, já pagamos pedágio desde o início da concessão. Isso não é justo com nosso Estado", disse na época.Também em descontentamento com o modelo adotado, a bancada federal tocantinense no Congresso Nacional protocolou um requerimento na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedindo a impugnação do Edital de Concessão n° 01/2021, A bancada também havia protocolado uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo mudanças no Edital de Concessão. Nesta quarta-feira, 28, o TCU chegou a incluir na pauta da sessão Telepresencial de Plenário o processo sobre uma representação da bancada tocantinense no Congresso Nacional.