O Tribunal do Juri da comarca de Peixe condenou Francisco Gomes Neto, de 51 anos, agricultor, a mais de 44 anos de prisão pelo assassinato da ex-companheira e do então namorado dela. O crime aconteceu em abril de 2023 no município de Peixe, na região sul do Tocantins. As vítimas foram mortas enquanto dormiam, com tiros na cabeça.

A sessão de julgamento ocorreu nesta quinta-feira (16), no Fórum de Peixe. A defesa dele é feita pela Defensoria Pública, que afirmou ter solicitado a inclusão de perícias no processo e vai analisar as provas. (Veja a nota abaixo) O lavrador está preso e ainda pode recorrer da sentença.

O duplo assassinato aconteceu no assentamento Bananal, na zona rural de Peixe. O suspeito fugiu, mas foi encontrado horas depois. Na época, a PM afirmou que ele já tinha sido preso por violência doméstica contra a mulher e por isso ela tinha uma medida protetiva.

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Segundo o TJ, os jurados consideraram Francisco Gomes Neto culpado pelo homicídio do namorado da ex-companheira e feminicídio dela.

Os crimes foram qualificados por motivo fútil, pelo fato de não aceitar o fim do relacionamento com a mulher, que havia pedido medida protetiva em ação na qual ele chegou a ser preso por agredi-la.

Os jurados também consideraram que o assassinato aconteceu com recurso que tornou impossível a defesa do casal, que estava dormindo. O lavrador foi condenado ao total de 44 anos, 10 meses e 10 dias de prisão, em regime fechado.

Ao determinar as penas, a juíza Ana Paula Araujo Aires Toribio considerou as reincidências do réu, condenado em outras quatro ações criminais, e circunstâncias de ter dificultado a defesa das vítimas na hora dos crimes e pela motivação de gênero (feminicídio).

O que diz a Defensoria Pública

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins informa que ao final do júri solicitou ao Judiciário que fosse juntado ao processo o resultado de várias perícias da Polícia Civil realizadas durante a investigação e que estavam ausentes nos autos durante o julgamento.

O pedido da Defensoria Pública foi deferido pela magistrada e agora a Instituição aguarda o resultado para que possa analisar as provas.