No Tocantins, basta a temperatura e a umidade caírem, para a pele dar seus primeiros sinais de desidratação. As mudanças climáticas podem afetar a saúde da pele de diversas formas e esses efeitos podem ser sentidos diretamente na sensibilidade, hidratação e capacidade de renovação celular. 

De lábios rachados até rosto com ressecamento intenso, esses sintomas são comuns durante esse período do ano. José Luiz Cabral, responsável pelo Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemet/RH) da Unitins explica que essa variação na temperatura já era esperada e que o tempo seco é característico da nossa região neste período.

Segundo ele, nesta época do ano, as máximas das temperaturas superam os 36 graus. Além disso, uma outra característica são os registros de baixas temperaturas nas primeiras horas do dia.  

O meteorologista ainda explica que o período de estiagem está consolidado e por isso devemos esperar aumento das temperaturas máximas, e consequentemente, a diminuição da umidade relativa do ar.

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Cabral ainda alerta sobre as horas mais quentes do dia, em torno das 15 às 16 horas, devido aos baixos índices de umidade relativa do ar, que devem ficar abaixo dos 30%.

A dermatologista, Luciane Prado Silva Tavares, explica que nos meses de julho a setembro, é a época em que a pele fica mais seca. Ainda segundo ela, excepcionalmente, este ano, o clima está ainda mais propício para esse ressecamento, comparado aos últimos 30 anos, aumentando ainda mais a preocupação.  

Luciane relata que tem atendido pacientes com a pele muito irritada, sinais de coceira e apresentando queimaduras devido ao ressecamento. 

Cuidados 

É comum que nesta época do ano os banhos sejam mais quentes e demorados, o que provoca a remoção da oleosidade natural de forma mais intensa. A dermatologista explica: “o paciente tende a tomar banho e passar sabonete e bucha, o que agrava o ressecamento, porque quanto mais banho e sabão, mais você tira a proteção natural da pele”. 

De acordo com Luciane, o ideal é que o paciente tome vários banhos de água por dia, mas deixe para passar sabonete só no último banho do dia.

Outra dica é que a água do banho deve ser fria. Quanto mais quente e demorado o banho, maior é a retirada do manto lipídico, que é o manto de gordura natural da pele, causando mais ressecamento. 

Prado reforça a importância de dar preferência ao sabonete líquido neutro nessa época porque ele resseca menos que o sabonete em barra. Além da hidratação externa, é recomendável beber muita água para fazer a hidratação de dentro pra fora, o que é fundamental.

Quando a pele está muito ressecada o ideal é você comprar hidratante na forma de creme, pois este é mais recomendável para uma boa hidratação. A outra opção indicada pela dermatologista é o uso de hidratante na forma de loção, que é mais prático e não fica tão pegajoso.

Além disso, sempre que tomar banho e passar o sabonete, é importante hidratar a pele. Se você passa o hidratante logo após o banho com a pele úmida, você dobra a hidratação da pele porque mistura água com o hidratante.

Crianças 

A especialista alerta que o cuidado deve ser redobrado com crianças, principalmente aquelas que possuem alergia na pele, ou sofrem de uma doença chamada dermatite atópica (DA), que é uma condição em que a pele é muito seca. 

Para quem já tem constituição genética de pele seca, a profissional orienta que durante o banho, utilize um óleo e massageie a pele antes do último enxágue. A profissional explica que esse óleo formará uma película protetora, evitando a perda de água da pele. Além disso, passar hidratante por cima dessa camada de óleo ajuda que o hidratante penetre melhor e dê mais proteção à pele.