Vida Urbana
Redação Jornal do Tocantins
g1 TocantinsUm homem de 50 anos, identificado como Nelson Costa Sales, morreu após ser baleado em um bar de Gurupi, no sul do Tocantins, nesta sexta-feira (31). Segundo o boletim de ocorrência, o disparo foi feito por um Policial Militar, durante uma abordagem.
A vítima é pai de um jovem que morreu em confronto com policiais militares em março deste ano. Na época, Nelson deu entrevistas e chegou a denunciar a morte do filho ao Ministério Público Estadual.
A ocorrência aconteceu por volta das 12h, no bairro Alto da Boa Vista. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela família na delegacia de Polícia Civil, ele estava acompanhado do dono no bar. Em um momento, Nelson saiu do balcão e encontrou com um policial que estava fazendo uma abordagem no local.
Conforme o documento, Nelson teria se assustado ao ver o policial e tentou se afastar, quando acabou sendo baleado na região abdominal. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado no local e a vítima foi levada para o Hospital Regional de Gurupi, mas morreu na unidade hospitalar.
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP) afirmou que Nelson Costa Sales portava uma pistola de calibre .380 e resistiu à abordagem policial. O caso foi registrado como morte por intervenção policial. A arma foi apreendida e a morte será investigada pela 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa. (Veja nota completa abaixo)
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Gurupi para exames de necropsia e posterior liberação aos familiares. O jornal solicitou um posicionamento da Polícia Militar, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
Filho morto em confronto
Dyesley Sales Santos, de 24 anos, morreu durante troca de tiros com a Polícia Militar em uma estrada de chão que dá acesso ao Residencial Madrid, em Gurupi. Ele é filho de Nelson Sales e antes de morrer teria contado ao pai que estava sendo perseguido por PMs.
Na época, Marcos Vinícius Oliveira Lima Gomes, de 29 anos, também morreu no confronto. A Polícia Militar informou que os militares viram o carro dos dois em atitude suspeita e tentaram fazer uma abordagem. Mas os suspeitos abriram fogo e os policiais tiveram que revidar.
Os militares envolvidos foram ouvidos pela Polícia Civil e o caso segue sendo investigado.
Segundo a família, Dyesley foi preso em 2019 por tráfico de drogas, mas foi solto em 2022, e não mais estava envolvido com crimes. Em um áudio enviado ao pai dias antes de morrer ele chegou a contar que estava sendo perseguido há quatro meses pela mesma equipe da força tática. (Ouça os áudios acima)
Dyesley contou ao pai que em fevereiro policiais invadiram a casa dele na madrugada procurando por "flagrantes". Na época Nelson contou em entrevista ao g1 que a polícia fazia abordagens frequentes depois que o filho saiu da casa dos pais.
No mesmo dia em que houve a troca de tiros Dyesley foi abordado pelos policiais denunciados, próximo à Escola Municipal Odair Lúcio.
Naquela ocasião, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a conduta dos policiais militares. O caso ficou sobe a responsabilidade da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Gurupi.
Nelson também tinha denunciado os policiais em ação para o Ministério Público do Tocantins, que abriu uma investigação pela 8ª Promotoria de Justiça de Gurupi. A reportagem solicitou informações sobre o andamento das investigações para o MPTO e Secretaria de Segurança Pública (SSP) e aguarda resposta.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO) informa que nesta sexta-feira, 31, um suspeito identificado como Nelson Costa Sales, de 50 anos, morreu em confronto com policiais militares no setor Jardim dos Buritis, em Gurupi.
O caso foi registrado na 12ª Central de Atendimento da Polícia Civil em Gurupi como morte por intervenção de agente do Estado. De acordo com a PC, a vítima portava uma pistola 380 e resistiu à abordagem policial. O suspeito foi socorrido com vida, mas veio a óbito no hospital.
A perícia esteve no local. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Gurupi para exames de necropsia e posterior liberação aos familiares. A arma de fogo que o suspeito portava foi apreendida pela Polícia Civil.
O caso foi remetido para a 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP- Gurupi), para apurar todas as circunstâncias da ocorrência.
Secretaria da Segurança Pública do Tocantins.
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