Abordando os aspectos históricos, culturais e linguísticos da etnia Karajá-Xambioá, tais como cultura, mitos, lendas, pinturas corporais e receitas culinárias, o estudante Adriano Dias Gomes Karajá lançou, na semana passada, o seu primeiro livro, intitulado Aspectos históricos e culturais do povo Karajá-Xambioá. A obra contou com a orientação do professor Dr. Francisco Edvigens Albuquerque. O lançamento foi realizado no Centro de Ensino Médio Indígena Karajá-Xambioá, em Santa Fé do Araguaia.Adriano Karajá é estudante de Geografia do câmpus de Araguaína da Universidade Federal do Tocantins (UFT), bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (Pibic –AF) e orientando do professor Edvigens. O universitário também desenvolve pesquisas no Laboratório de Língua Indígena (LALI) da UFT. Adriano é o primeiro acadêmico indígena do Pibic a organizar um livro com seu orientador. Outros lançamentosA aldeia Manoel Alves Pequeno, em Goiatins, também recebeu lançamento de outras publicações direcionadas aos povos indígenas. Ciências Krahô reúne informações do mundo Krahô que apontam a relação entre as espécies e elementos da natureza em convivência com o homem. Gramática Krahô inaugura uma produção a partir de uma série de experiências de pesquisa e ensino voltados ao trabalho nas escolas Krahô.Já Matemática Krahô, circunscreve conhecimentos matemáticos no campo da álgebra, geometria, além de outros campos que envolvem noções de espaço, dimensão e quantificadores. As obras foram organizadas por Francisco Edviges Albuquerque e Renato Yahé Krahô.

Aspectos históricos do povo Xambioá

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O advogado Luís Otávio de Queiroz lança nesta sexta-feira (25) o livro “Tocantins e Eu: memórias de um construtor do estado do Tocantins”, que conta sobre o judiciário tocantinense. A noite de autógrafos acontecerá na Biblioteca Jaime Câmara, localizada no Espaço Cultural de Palmas, às 19h.&nbsp;

Lançado pela Editora Dialética, a obra narra a trajetória do autor no Poder Judiciário do Estado do Tocantins, em 35 anos de existência, desde sua criação. Primeiro concurso, a montagem do Poder&nbsp;Judiciário&nbsp;e as transformações físicas, tecnológicas, da máquina de escrever até a introdução das redes sociais e da inteligência artificial.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/poeta-tocantinense-lanca-o-livro-algibeira-dos-olhos-sobre-cotidiano-lembrancas-da-infancia-e-desafio-da-vida-adulta-1.3189581" target="_blank">Poeta tocantinense lança o livro "Algibeira dos olhos" sobre cotidiano, lembranças da infância e desafio da vida adulta</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/spfw-da-adeus-ao-suti-tem-mamilos-a-mostra-e-saia-para-homens-como-tendencias-1.3189744" target="_blank">SPFW dá adeus ao sutiã, tem mamilos à mostra e saia para homens como tendências</a></div>

“Eu conto boas histórias, com boas risadas, bons causos, tudo isso para que se possa, ao final da leitura, entender a formação, constituição e consolidação do Poder Judiciário Tocantinense”, ressalta o autor. Ao final, ele relata um pouco do seu retorno para a advocacia e o trabalho com seus filhos no escritório Fraz Advocacia.

O livro pode ser adquirido <a href="https://loja.editoradialetica.com/literatura-e-outros/tocantins-e-eu-memorias-de-um-construtor-do-estado-do-tocantins" target="_blank">aqui&nbsp;</a>

Sobre o autor

Esposo de Kátia Fraz, Luís Otávio de Queiroz Fraz é pai de cinco filhos, membros das Academias de Letras Palmense. Natural de Araguacema, juiz de direito por 30 anos, autor das obras Retalhos de Memórias (2004), Bicho Esquisito (2009), autor organizador das obras Magia de Lembrar I e II (2009 e 2011).&nbsp;

Atualmente atua como advogado, sócio da Fraz Advocacia, é mestre em Direito pela Universidade de Lisboa (PT) e&nbsp; titulado pela Universidade de Geórgia (EUA).

Juiz aposentado lança livro com histórico do judiciário tocantinense e sua trajetória

Lançamento 

Sérgio Buarque de Holanda, nascido em 1902, foi um dos mais importantes sociólogos e historiadores brasileiros, responsável por uma leitura crítica da formação do Brasil. Estudou na Alemanha, onde foi influenciado pelo pensamento europeu, em especial o historicismo. Esse contato com intelectuais de vanguarda o preparou para produzir suas mais notáveis contribuições à compreensão da realidade brasileira.

Ao retornar ao Brasil, Sérgio publicou "Raízes do Brasil" (1936), seu livro mais conhecido, que se tornou um marco na análise sociológica do país. Nele, introduziu o conceito do "homem cordial", que descreve a forma pela qual a sociedade brasileira mistura as esferas pública e privada, favorecendo o personalismo e dificultando a construção de instituições impessoais e modernas. O "homem cordial" não significa um indivíduo gentil, mas alguém que valoriza relações pessoais em detrimento da formalidade institucional, perpetuando o patrimonialismo herdado do período colonial.

Sérgio Buarque de Holanda é frequentemente comparado a Gilberto Freyre, autor de "Casa-Grande &amp; Senzala". Enquanto Freyre via a miscigenação e a sociedade patriarcal como características que moldaram positivamente a cultura brasileira, Sérgio apontava os problemas gerados pelo personalismo, principalmente no que diz respeito à política e à formação do Estado. Ambos são fundamentais para entender as raízes culturais e históricas do Brasil, mas Sérgio adotava uma visão mais crítica quanto às heranças coloniais.

Outras obras de destaque de Sérgio Buarque incluem "Caminhos e Fronteiras", que trata da expansão territorial e dos bandeirantes, e "Monções", uma análise das expedições fluviais no interior do Brasil. Em "Visão do Paraíso", ele explorou o imaginário europeu sobre o Brasil como um "paraíso terrestre" e os mitos que cercaram o Novo Mundo.

Além de sua contribuição acadêmica, Sérgio Buarque teve envolvimento direto na política brasileira. Ele foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, mostrando seu compromisso com a transformação social e a luta por um Brasil mais justo e democrático. Seu papel na criação do partido reflete a importância que ele atribuía à participação política como forma de romper com práticas arcaicas e patrimonialistas.

O legado de Sérgio Buarque de Holanda está enraizado tanto no campo intelectual quanto no político. Ele trouxe uma compreensão inovadora da sociedade brasileira, destacando os desafios do país para se modernizar e superar as práticas personalistas herdadas do passado colonial. Sua análise do "homem cordial" permanece relevante, sendo utilizada para interpretar a política e as relações sociais no Brasil contemporâneo.

Sérgio Buarque faleceu em 1982, mas sua obra continua a influenciar gerações de estudiosos e leitores, enquanto seu filho, Chico Buarque de Hollanda, consolidou o nome da família no cenário cultural brasileiro. Sérgio, que brincava ser "o pai do Chico", foi, na verdade, um dos grandes intérpretes do Brasil, ao lado de Gilberto Freyre, deixando um legado intelectual de valor inestimável.

Salatiel Soares Correia é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas,Mestre em Energia pela Unicamp. Autor de oito livros relacionados aos seguintes temas: Energia, Literatura ,Política e Desenvolvimento Regional.

Quer ter seu artigo ou crônica publicado no Jornal do Tocantins? Envie para o e-mail: contato@jornaldotocantins.com.br

Sérgio Buarque de Holanda: Vida, Obra e Legado de um Intelectual Brasileiro

Opinião

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Salatiel Soares Correia

A reedição do livro memorialista “Os sertanejos que eu conheci”, de frei Francisco José Maria Audrin, será lançado neste sábado (19) em Porto Nacional, após 61 anos de sua 1ª edição. O livro foi escrito a partir das lembranças do frei dominicano, no decorrer de 34 anos de apostolado, em que percorreu os territórios entre os rios Xingu, Araguaia e Tocantins.&nbsp;

O livro descreve sua convivência com os moradores regionais e como a Igreja Católica se inseriu em comunidades onde o cristianismo já era praticado de forma popular, através de festas, novenas e romarias.&nbsp;

Uma das pesquisadoras e organizadoras do livro, a professora Noeci Carvalho, contou um pouco sobre o tema central da obra ao JTo.&nbsp;&nbsp;

<cite>Frei José Maria Audrin, foi um frei dominicano nascido na França que veio para o Brasil e viveu em Porto Nacional e na região do antigo norte-goiano, no início do século passado, de 1904 até 1938. Por 34 anos ele viveu na região, sendo missionário. Então, nesse livro, ele fala desse contexto da primeira metade do século XX. E nessa escrita de caráter memorialista e etnográfica, ele nos leva a uma perspectiva, assim, encantadora sobre o modo de vida, os costumes, o jeito de ser das populações que vivem na extensa região compreendida pelo antigo norte goiano, hoje estado do Tocantins, o sul do Maranhão e o sul do Pará.”</cite>,&nbsp; contou.&nbsp;

A organização foi liderada pelas pesquisadoras e professoras Noeci Carvalho Messias (UFT), Nei Clara de Lima (UFG) e Mariana Cunha (UFRR).&nbsp;

Cronograma de lançamento do livro

19/10/2024, às 19h

Onde: Comsaúde - Porto Nacional, TO

30/10/2024, às 10h

Biblioteca UFT - Palmas, TO

31/10/2024, às 19h30

Laboratório de Música -&nbsp; Complexo Laboratorial de Teatro Hôôxwa UFT, Palmas, TO 
 
19/11/2024, às 19h

UFT - Campus Porto Nacional, TO

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Livro ‘Os sertanejos que eu conheci’ (Djavan Barbosa)

A obra descreve a vida sertaneja em duas partes. A primeira parte foca nas atividades econômicas e a relação íntima dos sertanejos com a natureza, ora vista como hostil, ora como provedora. A segunda parte aborda a vida social, costumes, religiosidade e o jaguncismo, destacando a influência das misturas raciais na cultura e as relações de poder locais baseadas em estruturas familiares e interesses particulares.&nbsp;

Alguns exemplares dos livros serão doados para bibliotecas Públicas de Palmas e Porto Nacional.

A reedição, financiada pela Lei Complementar nº 195/2022 (Ministério da Cultura e Secretaria da Cultura do Estado do Tocantins), inclui cinco exemplares em Braille para acessibilidade de pessoas com deficiência (PCD), disponíveis em bibliotecas públicas de Palmas e Porto Nacional.&nbsp; &nbsp;

'Os sertanejos que eu conheci' é reeditado após 61 anos da 1ª edição que trouxe lembranças da cultura sertaneja no Toca

Lançamento

A literatura tem um papel crucial na denúncia das injustiças e na revelação das estruturas políticas que moldam a sociedade. Ao longo da história, diversos autores utilizaram a narrativa ficcional ou autobiográfica como uma ferramenta poderosa para expor as mazelas enfrentadas pelos povos, particularmente em regimes autoritários ou durante períodos de intensa repressão. Neste artigo, analisaremos quatro obras literárias profundamente imbuídas de cunho político: "Arquipélago Gulag", de Alexander Soljenítsin, "O Sonho do Celta" e "A Festa do Bode", ambas de Mario Vargas Llosa, e "Memórias do Cárcere", de Graciliano Ramos. Cada uma dessas obras, em seu contexto, revela aspectos sombrios das opressões políticas e sociais, atuando como importantes testemunhos das realidades históricas vividas por seus autores e personagens.

<h2>1. "Arquipélago Gulag" de Alexander Soljenítsin</h2>

Publicado pela primeira vez em 1973, "Arquipélago Gulag" é uma obra monumental que narra as experiências de Alexander Soljenítsin e de outros prisioneiros nos campos de trabalho forçado da União Soviética. O livro, que combina relatos autobiográficos, investigações e entrevistas, é uma denúncia clara do regime stalinista, destacando as brutalidades sofridas por milhões de pessoas. Soljenítsin faz uma crítica mordaz ao sistema totalitário que governava a União Soviética, revelando como o uso indiscriminado do poder estatal podia transformar cidadãos comuns em inimigos do Estado.

A obra tem um forte cunho político, pois revela as entranhas do regime comunista soviético, onde qualquer forma de dissidência era esmagada. Soljenítsin, que fora ele mesmo prisioneiro dos gulags, expõe a corrosão moral e social causada por um governo que recorre à repressão e ao medo para manter o controle. Nesse sentido, "Arquipélago Gulag" é não apenas um documento histórico, mas um manifesto literário contra o totalitarismo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/opiniao/tendencias-e-ideias/encantos-e-desencantos-do-professor-1.3187131" target="_blank">Encantos e desencantos do professor</a> 
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<h2>2. "O Sonho do Celta" de Mario Vargas Llosa</h2>

"O Sonho do Celta", publicado em 2010, narra a vida de Roger Casement, diplomata britânico de origem irlandesa que, após presenciar atrocidades cometidas nas colônias belga do Congo e no Peru, se tornou um ativista dos direitos humanos. A partir dessas experiências, Casement foi transformado de um defensor do imperialismo britânico em um feroz crítico da exploração colonial.

Vargas Llosa utiliza a vida de Casement para expor as injustiças do colonialismo, um tema recorrente em sua obra. A exploração de povos indígenas, a violência empregada para manter o domínio estrangeiro e a hipocrisia das potências europeias são temas centrais que permeiam o romance. Ao descrever a transformação de Casement, Vargas Llosa revela como a política colonial foi responsável pela destruição de culturas e vidas inteiras em nome de interesses econômicos.

Aqui, o cunho político da obra emerge na crítica ao colonialismo, mas também no modo como Vargas Llosa explora a relação entre poder e corrupção, mostrando que a defesa dos oprimidos muitas vezes leva ao confronto direto com as estruturas políticas dominantes.

<h2>3. "A Festa do Bode" de Mario Vargas Llosa</h2>

Outro exemplo notável da obra de Vargas Llosa com forte teor político é "A Festa do Bode", publicada em 2000. Neste romance, o autor aborda os últimos dias da ditadura de Rafael Trujillo, que governou a República Dominicana com mão de ferro por mais de três décadas. Através de uma narrativa que alterna entre a perspectiva de Trujillo, seus aliados e suas vítimas, o romance revela o terror imposto pelo regime, a corrupção enraizada no poder e o impacto devastador sobre a sociedade dominicana.

O livro tem um forte viés político ao descrever os mecanismos de uma ditadura brutal que mantém o controle sobre o povo por meio do medo, da tortura e da violência. Ao descrever as estratégias de poder de Trujillo, Vargas Llosa oferece uma análise profunda de como o poder absoluto corrompe e destrói. A obra é uma crítica poderosa ao autoritarismo e à forma como líderes tirânicos utilizam a repressão para perpetuar-se no poder.

<h2>4. "Memórias do Cárcere" de Graciliano Ramos</h2>

Publicado postumamente em 1953, "Memórias do Cárcere" é o relato autobiográfico de Graciliano Ramos sobre seu tempo preso pela ditadura de Getúlio Vargas, em 1936, durante o Estado Novo. Preso sem motivo aparente, Graciliano retrata a experiência do cárcere e a convivência com outros presos políticos, expondo a arbitrariedade e a violência do regime de Vargas.

A obra é marcada por uma visão crítica sobre o poder e a repressão, trazendo à tona questões sobre a liberdade individual, a dignidade humana e os abusos de um Estado que utiliza o encarceramento como forma de silenciamento e controle. O livro de Graciliano Ramos é um testemunho importante sobre os mecanismos de repressão política no Brasil, além de ser uma reflexão sobre a condição humana diante da injustiça e da opressão.

Essas quatro obras mencionadas compartilham um tema central: a denúncia das mazelas políticas e sociais de suas épocas. Seja o totalitarismo soviético em "Arquipélago Gulag", o colonialismo brutal em "O Sonho do Celta", a ditadura autoritária em "A Festa do Bode", ou a repressão do Estado Novo em "Memórias do Cárcere", todas essas narrativas utilizam a literatura como um meio de revelar e condenar as injustiças perpetradas por regimes opressivos.

A literatura, portanto, assume um papel fundamental na conscientização e na resistência. Ao expor as atrocidades e as contradições do poder, os autores conseguem não apenas preservar a memória de eventos históricos, mas também incitar reflexões profundas sobre a natureza humana e os perigos de regimes que ignoram os direitos fundamentais. Como Soljenítsin, Vargas Llosa e Graciliano Ramos demonstram em suas obras, a palavra escrita tem o poder de denunciar as mazelas de um povo, tornando-se uma forma de resistência e um chamado à ação para futuras gerações.

Ao final, percebe-se que a literatura não é apenas um reflexo passivo da realidade política, mas um agente ativo de mudança. As narrativas literárias revelam o que está oculto, amplificam as vozes dos oprimidos e criam espaços de reflexão sobre o futuro. Dessa forma, a literatura continua sendo uma arma poderosa contra a opressão e a injustiça.

Salatiel Soares Correia é Engenheiro, Bacharel em Administração de Empresas,Mestre em Energia pela Unicamp. Autor de oito livros relacionados aos seguintes temas: Energia, Literatura ,Política e Desenvolvimento Regional.

Quer ter seu artigo ou crônica publicado no Jornal do Tocantins? Envie para o e-mail: contato@jornaldotocantins.com.br