-Imagem (1.1854690)Contando um pouco de um dos mais importantes e violentos conflitos armados da ditadura civil militar no Brasil, o espetáculo “Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos” será encenado em duas sessões, nesta quinta-feira, 1º, e sexta-feira, 2, às 20 horas, no Theatro Fernanda Montenegro em Palmas. A peça sobre a Guerrilha do Araguaia também terá apresentações em Araguaína e Xambioá na próxima semana.O espetáculo conta a história de doze mulheres que lutaram e morreram durante a guerrilha ocorrida no entre os estados do Pará e Tocantins, na Floresta Amazônica. O evento histórico está datado entre abril de 1972 e janeiro de 1975 e reuniu cerca de 70 pessoas, entre elas 17 mulheres, que saíram de diversas cidades do País para participar do movimento. Na época, a ideia do grupo era derrubar a ditadura militar e tomar o poder cercando a cidade pelo campo.EspetáculoO “Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos” é a primeira etapa do “Projeto Margens, sobre rios, buiúnas e vagalumes”, uma pesquisa da atriz e pesquisadora Gabriela Carneiro da Cunha. A iniciativa se trata de uma série de trabalhos em artes integradas criadas a partir do testemunho de rios brasileiros que vivem uma experiência de catástrofe desde a perspectiva do próprio rio.O espetáculo realiza um diálogo entre a ficção e o documentário, em forma de poema cênico das histórias, lutas e memória das mulheres que deixaram aquela região. A peça busca iluminar esse importante episódio da história do País, que ainda é sombrio e desconhecido por muitos.Para a diretora do espetáculo diretora Georgette Fadel, se aprofundar na narrativa da Guerrilha do Araguaia significa reconhecer o histórico das militâncias e das lutas da resistência à questões históricas do País. “Uma homenagem à revolução guardada em nosso peito, à deslumbrante e indestrutível força dos humanos que amam esse planeta e seus filhos sem distinção”, relata.Para a peça, os envolvidos realizaram pesquisas na região da Guerrilha do Araguaína, em que foram registrados pelo audiovisual os rostos e as paisagens, que são projetados no palco como um diálogo com as atrizes. Os sons captados do rio também acompanham as cenas observando a dramaticidade da história.A peça conta com uma equipe é formada por artistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará e também da Colômbia.ApresentaçõesEm Araguaína, a peça será encenada na próxima terça-feira, 6, no Espaço Cultural Artpalco, e em Xambioá, no Anfiteatro do centro, para próxima quinta-feira, 8. A circulação do espetáculo é viabilizada pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura no Pará e Tocantins, com apresentações previstas também para Goiânia (GO) e Brasília.