“Já trabalhei em delegacias do interior do Estado, na Delegacia da Mulher, na de Proteção à Criança, na de Furtos e Roubos de veículos, na Denarc e em plantões.” Este é o currículo da delegada Cinthia Lima, há 14 anos na Policia Civil (PC) do Tocantins. Além disso, ela também é a responsável pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado.Questionada sobre momentos marcantes da carreira, Cinthia suspira fundo e completa dizendo que “delegacia tem tanta história.”Apesar das situações difíceis, Cinthia afirma que escolheu a profissão justamente por seu perfil. “Sou uma pessoa destemida. Fui criada com homens, sou a única filha entre os irmãos”, afirma. Ela tem três irmãos e é a caçula da casa. Logo que iniciou graduação de direito já tinha escolhido a delegacia como local de trabalho. “Assim que me formei aconteceu o primeiro concurso para delegado no Estado. Foi quando eu passei”, lembra.Mesmo sendo um ambiente “masculinizado”, como classificou Cinthia, ela nunca deixou de lado a vaidade. “Por ser delegada precisa ter o perfil masculinizado? Não. O lado da sensibilidade, da versatilidade e até o afetivo deve permanecer. Eu me sinto orgulhosa por estar aqui e não descer do salto. Nesses anos todos, já tive plantões de 24 horas, sempre de salto alto”, orgulha-se.“Sou mãe, esposa, filha, madrinha, tia. Não é fácil. Mas sempre pude conta com a ajuda do meu marido”, acrescenta a delegada. Já a bombeiro Sonaira dos Santos, além do marido, tem a ajuda da mãe para cuidar do filho pequeno, de um ano e seis meses. “Tento conciliar. Me dedico muito ao meu trabalho, meu marido até reclama comigo disso”, admite, com um sorriso tímido.Com o brilho nos olhos que só quem alcançou uma grande conquista tem, Sonaira afirma que não foi fácil entrar para o Corpo de Bombeiros. “Precisei estudar muito. Fiz cursinho.” Para ela, a parte mais fácil foram os treinos físicos. Aliás, este foi um dos motivos que a fez escolher a profissão. A bombeiro militar sempre foi atleta e aventureira. “A profissão me chamou a atenção por isso. O desafio. Achei que tinha perfil e também porque já tinha várias militares na família.”Desde 2006 na corporação, ela prefere trabalhar no combate a incêndios. “É desgastante, mas é a parte mais emocionante do meu trabalho”, destaca.