A escassez hídrica é um dos grandes desafios que o Brasil enfrenta atualmente, e o estado do Tocantins, localizado no norte do país, não está imune a essa realidade. Em 2024, a situação se tornou ainda mais crítica, refletindo uma combinação de fatores climáticos, de gestão e de uso dos recursos hídricos. Primeiramente, é importante destacar que o Tocantins, conhecido por sua riqueza em recursos hídricos, tem visto uma diminuição significativa na disponibilidade de água. A recente seca severa, exacerbada pelas mudanças climáticas e o efeito El Niño, tem impactado diretamente a agricultura, pecuária, geração de energia elétrica e o abastecimento de água para a população. Para este último, a situação é mais impactante e perceptível pela população. Trabalhando com saneamento básico no Tocantins, esta é a primeira vez que observo uma escassez desta magnitude e impacto. Um estudo deste ano, da Universidade Federal de Alagoas, revela que 55% do território brasileiro está comprometido pela seca, afetando grandes rios do país. No Tocantins, esse índice aumenta para 98%, de acordo com o Monitor de Secas, ferramenta criada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Um dos corpos hídricos afetados é o Rio Araguaia, que após 100 dias de estiagem, secou em alguns trechos. O município de Colméia, localizado no norte do estado do Tocantins, decretou estado de calamidade pública por falta de água na captação em barragem, pois os córregos que abastecem a cidade secaram, gerando grandes transtornos para a companhia de saneamento que atua na cidade, e principalmente, para a população.