No início da década de 1960, o então governador de Goiás, Mauro Borges, convidou um jovem economista da Universidade de São Paulo, conhecido pelo saber acadêmico e pela liderança exercida sobre alunos brilhantes, como o ex-presidente do Banco Central, Afonso Celso Pastore. Esse professor da USP, no auge dos seus vinte e poucos anos, recusou o convite do governador, pois desejava permanecer em São Paulo. Anos depois, esse economista tornou-se a voz civil mais expressiva do regime militar. Falo do ex- professor Antônio Delfim Netto, que nos deixou recentemente. Sob a liderança dele, consolidou-se um período que a história registrou como o "Milagre Econômico Brasileiro". Durante esse tempo, a economia brasileira cresceu de forma impressionante, em níveis comparáveis ao crescimento da China nas últimas décadas. Embora Delfim Netto tenha implementado políticas públicas que resultaram em crescimento econômico, ele foi também uma figura controversa no cenário ideológico da época.