A leitura, hábito frequentemente exaltado por educadores com o intuito de fomentar o gosto pela leitura em crianças e adolescentes, tem sido objeto de inúmeros estudos que investigam seus efeitos benéficos. O que será que a Ciência tem conseguido observar? A resposta é que a atividade da leitura, dentre os seus diversos efeitos positivos, é um dos melhores exercícios para o cérebro e o melhor para a formação e manutenção da memória. Para este artigo, selecionamos argumentos presentes em dois livros da Neurociência, A arte de esquecer: cérebro e memória, e Memória, escritos pelo renomado neurologista Ivan Antonio Izquierdo, que é um dos pesquisadores brasileiros mais citados no mundo. A leitura é um exercício para o cérebro, semelhante à maneira como o exercício físico beneficia os músculos. Para que o cérebro se desenvolva e permaneça saudável, ele deve ser continuamente desafiado e estimulado. O oposto, o sedentarismo cerebral, não somente impede o seu desenvolvimento como também pode resultar em doenças. De acordo com Izquierdo, a leitura envolve uma gama diversificada de funções cerebrais que ativa simultaneamente memórias visuais, de linguagem e motoras. Por exemplo, ao ler o título deste artigo, você não percebeu, mas seu cérebro realizou uma varredura poderosa de todas as palavras que ele possui e o fez em uma velocidade impressionante. Agora pare e pense: em uma fração de segundos o seu cérebro fez uma varredura de todas as palavras que ele possui, e isso envolveu não apenas uma parte, mas todo o seu cérebro. Que exercício incrível! Atividades como resolver palavras cruzadas ou assistir a um filme sem mudar de canal também oferecem benefícios, mas nenhuma é tão poderosa quanto a leitura, pois apenas ela exige um alto nível de atividade cognitiva em tão pouco tempo.