Não é novidade o problema crônico enfrentado pelo Brasil quanto à regularização fundiária. Órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e, no âmbito estadual, o Instituto de Terras do Tocantins (Itertins) acumulam milhares de processos sem o devido andamento, reflexo direto da insuficiência de pessoal, excesso de burocracia, limitada capacitação técnica e ausência de políticas públicas eficazes. Considerando a grande extensão territorial e a baixa densidade demográfica, o país é terreno fértil para estimular a grilagem, ocupações ilegais e sobreposição de títulos fraudulentos. Nesse contexto, o Estado do Tocantins, mais jovem da Federação e fruto da divisão do Estado de Goiás, tornou o cenário ainda mais propício para esse tipo de demanda, especialmente porque enfrenta até hoje dificuldades na correta definição e delimitação das áreas públicas e privadas, envolvendo desde títulos históricos, como os paroquiais, até concessões recentes emitidas pelo próprio Estado.