O anúncio de que o PT irá brigar pela presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara (CREDN) – a 3ª mais importante da Casa, depois da Orçamento e CCJ – atende ao desespero do Itamaraty com a possibilidade de Eduardo Bolsonaro (PL-SP voltar ao comando da CREDN. Assessores diretos de Mauro Vieira estão trabalhando para evitá-lo. O Governo Lula entende que Bolsonaro irá usar a estrutura da Comissão, que inclui dezenas de eventos oficiais com outros Governos por ano, para desgastar o PT e o presidente da República. Bolsonaro, que está em agenda em Washington, só não assume se não quiser. Pela regra da Casa, o PL, pelo tamanho do partido, tem direito a escolher o comando de até seis comissões. Haverá uma reunião de líderes para tratar do assunto, mas a tendência é que seja decidido após o Carnaval. Uma candidatura avulsa será a do PSDB, que estuda indicar o deputado Beto Richa (PR). O que pode ser outra jogada do Governo. Os tucanos são mais flexíveis com o Palácio.