-Imagem (1.547434) Pressionado por sindicatos e associações classistas após a decisão de não pagar esse ano o 13º salário a todos os servidores, o governo do Tocantins decidiu ampliar de 30.070 para 35.573 a relação de pessoas que recebem hoje o benefício. Porém, ainda é pouco para os sindicatos e outras entidades de classe, como federações e associações, que ontem notificaram o governador Marcelo Miranda (PMDB) para que ele faça, em até 24 horas, o pagamento a cada um dos 49.590 que têm direito à gratificação natalina.A inclusão de 5.503 pessoas na folha do 13º salário disponível hoje ocorre, conforme o governo do Estado, “por determinação do governador Marcelo Miranda” para que o pagamento fosse “ampliado para o maior número possível de servidores”.Com essa medida, 71,7% dos que têm direito ao benefício recebem nesta terça-feira. Além dos que têm até quatro salários mínimos a receber (R$ 3.152 - valor líquido), foram incluídos – ou nas palavras do governo, “contemplados” – os servidores de órgãos da administração que detêm fundos próprios (Agência Tocantinense de Saneamento, Detran, Igeprev e Secad-Funsaúde), professores da Educação Básica, por meio de recursos do Fundeb, e os servidores em regime trabalhista sob as regras de Consolidação das Leis do Trabalho, a chamada CLT.A folha paga hoje é de R$ 67,2 milhões.Em janeiroExatas 14.017 pessoas receberão o 13º somente em janeiro. A nota enviada no fim da tarde de ontem pela Secretaria Estadual da Comunicação (Secom) afirma que o pagamento para esses servidores será efetuado depois do dia 12, quando será creditada outra folha, a do salário de dezembro.Porém, em entrevista ao Jornal do Tocantins, ontem, o secretário estadual da Administração, Geferson Barros, disse que o pagamento restante do 13º salário deve ocorrer no dia 20 ou 30, mas adiantou que o cenário indica para que ocorra, de fato, no dia 30.A polêmica decisão do governo do Estado em pagar parte dos funcionários agora e outra parte na segunda quinzena de janeiro de 2016 foi anunciada na noite do último sábado e baseia-se em dificuldades financeiras da gestão para assumir o compromisso com todos.RejeiçãoAinda no sábado, quando perguntando pelo JTo se o governo estava preparado para a repercussão negativa da decisão, Geferson disse que sim porque, segundo ele, não havia outra possibilidade para a gestão devido à situação financeira do Estado. Ontem, após os sindicatos anunciarem que fariam a notificação ao governador, como de fato fizeram, Geferson voltou a dizer que a decisão do governo em não pagar todos em dezembro estava mantida.O governador foi procurado por meio de contato com a Secom e com sua assessoria no Gabinete para que, se quisesse, comentasse a iniciativa dos sindicatos com a notificação protocolada ontem. Não houve resposta.JustiçaOs representantes das entidades se dedicavam, ontem, juntamente com seus assessores jurídicos, à finalização da peça a ser apresentada à Justiça, o quanto antes, contra a decisão da gestão. “A judicialização é algo salutar, um direito do servidor e algo que o Estado jamais vai interferir. Mas melhor caminho é o diálogo e estamos sendo francos e abertos, só que não tem saldo financeiro para pagar”, disse o secretário.Escalado pela administração estadual para assumir publicamente a difícil tarefa de convencer que o pagamento do 13º a todos não seria, conforme o governo, questão de escolha, Geferson defendeu a gestão: “Houve ausência de liquidez financeira, redução dos valores gastos e do quantitativo dos cargos providos em comissão, contratos temporários. Houve ainda concessões salariais que também são previstas em lei que também acabam interferindo, e que o Estado também precisa de dinheiro para pagar, como é o caso da data-base”.-Imagem (1.1009990)